quarta-feira, junho 18, 2008


Solidão escolhida


As amarras se desamarram quando resolvi por fim

Desatar os nós que estavam presos dentro de mim.

E seguir em frente na direção de um sonho

Que dentro de mim já não cabia mais em tamanho.


A dor do crescimento pungente é aparente

E não é sensação nenhuma de cobertor quente.

Quarto frio, casa vazia, sapato desamarrado

É sentimento nunca antes velado.


Introspecção diária, desejos não revelados

Lista escrita pela mão trêmula, afazeres realizados.

Algumas vontades deixadas de lado

Que dão espaço ao coração comandado,

Pelo querer futuro maior que o poder presente

Que tole, que limita, que permite apenas o ausente.


...


Não posso deixar de falar do meu aniversário, que foi ontem e que representou um marca na minha singela história de 25 anos de vida. Além dos tradicionais votos de saúde, paz, amor, alegrias e sucesso (bem-vindos a cada palavra; que eu amo ouvir de cada amigo quantas vezes forem ditos!), recebi muitos dizeres referentes à nova fase em que minha vida está entrando. Confesso que a cada palavra dessas eu rezava junto com a pessoa através de um "amém" mental e pedia a Deus que realmente meu ano fosse repleto de tudo aquilo que eu estava ouvindo. Mudar de vida, mudar de país, optar por deixar o certo pelo duvidoso (ou ao menos um pouco menos certo), se afastar dos amigos e familiares e ir rumo a tudo novo, demanda coragem e um pouco de cegueira também. Acho que se minha visão fosse perfeita talvez não ousasse a esse ponto (risos).


Cada dia que passa são horas a menos na cidade onde nasci e onde vivi talvez 90% do meu tempo até aqui (os 10% restantes podem ser divididos entre poucos meses na Inglaterra, algumas viagens pelo Brasil e outras pelo exterior - claro que não fui pshyco o suficiente para fazer essa conta, vamos trabalhar com possibilidades); horas a menos para chegar no "meu ano", o ano em que o mundo ficará um pouco menor para mim. A ansiedade é tamanha que os chocolates na minha casa estão sumindo com uma velocidade nunca antes vista e a esteira usada como também nunca antes esperado (é a tentativa do equilíbrio Ying-Yang, certamente não encontrado). O negócio não está simples para a mente inquieta de Gisele Dahis, mas nunca me satisfiz com as coisas fáceis. Pois bem, estou na chuva para me molhar. E já posso dizer pelo pouco que estou sentindo na pele, que mesmo que venha um temporal, uma chuvarada, uma tempestade, está valendo a pena. Claro que estar com uma boa capa de chuva para mim e para a mochila não custa nada. É o que tenho tentado ao menos providenciar.

...

Por fim, dia 15/06 estava pensando a respeito do dia do meu aniversário "não sei se é bom ou ruim aniversariar" e ao final do dia 16/06 concluí que é muito bom. Porque os anos vão passar de qualquer forma então que ao menos aproveitemos o nosso dia, o dia em que ouvimos as palavras mais belas e mais carinhosas das pessoas que amamos. Meu dia foi maravilhoso, um belo aniversário de 25 anos, com direito a café, almoço e jantar entre queridos. Sentirei saudades de todos!
Em homenagem a mim mesma (e ao espelho narcísico que tenho em casa), coloquei uma foto tirada por Daniel Stanislauskas.




3 comentários:

Daniel Carneiro disse...

Como disse uma vez um grande mestre: "Paspalho, tu nunca serás que tu não és."

Beijos do Gnomo que te ama, minha amiga.

Unknown disse...

Amiga, tenho vindo aqui e leio, como um anônimo, um estranho, sempre sem dizer nada. Mas dessa vez foi impossível.

Você está diferente. E a mesma ao mesmo tempo. E isso é tão belo e raro, que só vale festejar. Parabéns pelo crescimento.

Te amo querida.

Beijos,

Sabrina Zanker

Carolina disse...

Nossa minha linda (como você é linda!)! Muitos sentimentos nesse momento de ruptura, né? E você coloca pra fora tão bem...

Tenho muito orgulho de ter você na minha vida! Fico me querendo...me tendo certeza! hehehehe