sábado, agosto 02, 2008


Tenho estado viciada em postar nesse blog, apesar de achar que a única leitora assídua sou eu mesma (o que não me deixa tão chateada assim porque preciso mesmo reler várias vezes o que escrevo, uma vez que quando o faço acabo relembrando o que, na maior parte do tempo, é escrito de forma emocional e emocionada). Ou essa premissa é verdadeira ou os leitores fazem seu papel muito bem, o de ler; afinal, para comentar haveriam de ser comentaristas.

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O vício em escrever aqui se dá pela famosa característica de pensar. E porque será que há essa característica? Talvez seja consequência de ler bastante, de conversar bastante, de observar bastante. Estive aqui percebendo o que já li (claro, além de textos para faculdade, livros obrigatórios para o colégio, emails, bulas de remédio, revistas de fofocas, livros didáticos e o que mais acabamos lendo nessa vida) e terminei concluindo que ainda há muito mais o que ler. Não no mundo, nas livrarias, porque não cheguei tão longe. Consegui me conter apenas ao raio do meu quarto e já pude ver quantos livros estão empilhados, engavetados, livres de qualquer orelha marcada de manuseio. E então mais uma conclusão: que acima do vício da escrita ou da leitura está o vício de adquirir os livros (um pouco como os guias de viagem, aos quais me referi há alguns posts atrás). Parece ser a sensação de que ao adquirí-los o conhecimento por si só fará algo da espécie da osmose e se realocará no meu cérebro. Tudo bem, a função de misturar com os outros conhecimentos existentes e tornar isso tudo algo aplicado à vida, deixo por minha própria conta.

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Há uma ilusão, que em algum milésimo de segundo passa pela cabeça, de que realmente lerei aqueles compostos de páginas. Digo ilusão porque são textos comprados em momentos apropriados e que, se não absorvidos nestes mesmos, saem de moda (para mim mesma) e aí já era o tempo. Sim, em algum outro tempo no futuro há a chance da mente se interessar por alguma das antigas aquisições mas isso aí só quem viver verá. De todo o modo, os livros são belos (cada vez mais o design das capas é mais elaborado), compõem bem os ambientes os quais permaneço; são inspiradores, pois lidos ou não há aqueles que os escreveram, que se dedicaram e que acabam por me estimular, de certa forma, a manter o desejo de escrever o meu (tenho sim essa vontade!); e são a esperança de que todo esse conhecimento talvez um dia ainda possa estar dentro de mim (não que signifique muito se não vier acoplado de pensamentos críticos e exemplos práticos realizados por mim mesma).

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A bola da vez se chama "Eu sou um gato" do japonês Natsume Soseki, escrito em 1905. Muito interessante. O narrador é um gato que durante o romance ironiza os humanos e sua forma de agir e pensar. Ainda estou no 1/3 inicial do livro. Quando terminar lhes conto.

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A foto nada tem a ver com tudo isso mas é uma das últimas e todos que viram gostaram muito, por isso resolvi colocar aqui.