sábado, agosto 29, 2009

Um canal em Amsterdam

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Quando se forma um grupo de pessoas de uma mesma ou similar idade o papo tende a ser o sexo oposto (ou o sexo de interesse do dito grupo). Sendo um grupo de mulheres heterossexuais, o assunto que em algum momento sempre aparece é.... esse mesmo!


Pois bem. Hoje o tema foi a quantidade de diferentes parceiros sexuais que cada uma já teve. Mais do que isso; foi a discussão se é muito ou pouco. Um tema um tanto quanto polêmico. Não, não vou revelar o meu número e menos ainda a lista (até porque ainda não pedi para a mente trabalhar nesse quesito).


Mas agora eu pergunto (e não faço a mínima questão de saber a resposta): você sabe com quantas pessos fez sexo? Nome? Sobrenome; o apelido? Pra que? Não sei... mas os papos entre amigos nem sempre têm objetivos além das risadas gostosas de doer o estômago. Já fiz meus abdominais de hoje!

quarta-feira, agosto 26, 2009



uma flor, dois amor.


era aniversário dela e seu marido lhe deu uma orquídea

dessas brancas lisas, sem fibras, como princesa de conto de fadas.

passou uma semana e ela, que não tem paciência para as flores, a deixou do lado da lixeira.

o porteiro, do tipo que prefere as plantas aos humanos, amarrou a tal flor na árvore em frente ao prédio.

ventou, choveu, relampejou. a orquídea, de tão delicada, voou. sua liberdade a levou pro mar.

passa dia, passa noite. dia, noite, dia, noite.

algumas 24 horas depois, desta vez à noite, a filha da tal ex-aniversariante vai ao mar com seu amado - o tal odiado pela familia por ser poeta, justamente o que ela mais ama nele.

nesse dia olhando o mar, quando as horas passavam sem ver, uma flor surge como que trazida pelo além. era uma orquídea branca que ele levantou pra buscar e colocou no cabelo dela.

uma orquídea dessas brancas, lisas, sem fibras, como princesa de conto de fadas.

ela ficou mais linda do que ele a via antes. e ficou mesmo. deslumbrou, brilhou.

abriu a porta de casa, a mãe quase chorou quando viu a luz que a filha carregava. era a flor. mas era muito mais o amor acumulado.


sábado, agosto 22, 2009



Quanto tempo é necessário para tornar-se parte de outro país? Ou melhor, quanto tempo vivendo em uma dita cultura é suficiente para que um vire integrante desta?


Você diria que um minuto é muito ou pouco? Depende, certo? E um ano? O mesmo! Pois eu digo que um ano foi mais que suficiente para eu chegar ao Rio e estranhar o que eu mais amava: o samba. Escutá-lo em meu Ipod no estrangeiro era sinal de "sentir-me em casa" mas estar in loco foi sinal de "sou um peixe fora d'água". Vamos à estória: Há dois meses combino com uma grande amiga que quando estivéssemos no Brasil, eu vinda da Espanha e ela da Alemanha, iríamos na quinta-feira ao Democráticos (ao Demo, como já o chamávamos intimamente há tempos atrás). Pois eis que chega o tão sonhado dia. Chopp no Bar Lagoa, táxi, Baía de Guanabara, conhecida recepcionista, Bohemia gelada........... uma gente diferente, uns sambas pouco conhecidos (ou esquecidos), salão vazio, dançarinos na pista...... resultado: mesa estrategicamente posicionada fora do espaço dedicado à dança. "Que estranho.... estou me sentindo a própria gringa" "Pois é, eu também... A realidade é outra né; acho que o Democráticos que eu imaginava estava só no meu sonho...". E para colocar a cereja no bolo um carioca, desses malandros da Lapa, se aproxima de mim e fala: "You can go, first. Oh, camarada, atende ela aí primeiro.".


Papo vai, papo vem. "Não é possível, a gente não vai deixar essa noite ser frustrada" "Não. Vamos nos aproximar, vamos agir". Tomamos posição de ataque: em pé, na circunferência da pista de dança. Pimba! O primeiro chamou uma pra dançar. A outra pensa: "Coitado dele...... e o pior, coitada de mim! O que faço agora? Tomo uma cerveja? Fico sambando no pézinho sozinha? E ago.....". Outro chama pra dançar! As duas agora na pista; clima de preocupação no ar. Medos. Estou dançando muito mal? O cara tá odiando? Vou pisar no pé dele? To paracendo uma gringa perdida? E toda a preocupação chega ao fim quando ele, que dança bem, diz no fim da primeira música: "Dançamos a próxima, né?" "Claaaaro!". Ufa, desvirginamos! E dessa vez nem doeu tanto assim.


quarta-feira, agosto 19, 2009

Maternidade (Mônaco)

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Descobri que hoje é o dia da fotografia. Todo dia é mesmo dia de algo. Ontem por exemplo foi o dia que voltei do meu um ano sabático, como resisti em chamá-lo mas, como também, agora vejo que foi. Parecia que esse dia não chegaria mas tudo chega enquanto não inventarem uma maneira de parar o relógio.
O número 18, dia da partida (uma vez daqui outra de lá), segundo a Cabala, significa Vida. Para mim, que já deixei de acreditar em coincidências, foi uma surpresa interessante me dar conta disso. Esses 365 dias exatos foram um parêntesis na Vida, um ciclo completo de Vida. Ontem foi o dia da Vida, como o é 12 vezes ao ano. Hoje, é o dia da fotografia. Fotografei com meus próprios olhos Lagoa, Leblon, Cidade Maravilhosa. Amo fotografia.