terça-feira, janeiro 28, 2014

procura-se quem dê nome a sentimento

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quarta-feira, janeiro 22, 2014


sua frieza me machuca profundamente
me arranha por dentro como arame farpado

o jeito frio com que você me trata
a formalidade com que se dirige a mim

sou flor
tenho pétalas delicadas
essas farpas
machucam

muito

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é noite dia dia noite
é lua é sol é dia
é estrela é vagalume é sereno
é madrugada é dia é lua
é mistura de noite é lua de dia
é céu de manhã
é arco na íris
é dia noite noite dia

é ciclo
é tudo
é nada
é vida

é mais
um dia
manhã
de noite
é sim
um pouco

de ciclo
do dia
que noite
que dia

sem
luz
de
dia
sem
noite
de
nós
quando
sós
entre
nós

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sexta-feira, janeiro 17, 2014

Um dizer de boa noite

Quero conhecer seu mundo, sua vida, todo dia mais. 
Quero subir no céu pro céu descer em mim.
Quero ser eu, você, nós, eles que virão.

Pra gente construir nosso mundo, nossa vida, nosso riso.
Pra gente abandonar nossos corpos passados.
Pra gente subir de balão pro infinito.

Porque nada sei,
É verdade.
Porque tudo sei,
É verdade.
Porque quem sabe é a alma.

Que tem olhos que enxergam, 
A três degraus acima.
Que é feita dessa parte que não vê,
Mas sente,
E conhece,
A eternidade.

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terça-feira, janeiro 14, 2014


se eu pudesse falar tudo o que vem
seria tagarela mais que vitrola quebrada
e quebraria o elo que parece furado
mas que só é inteiro
porque a fala foi podada

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segunda-feira, janeiro 13, 2014



É dor de um pedaço amputado
Uma parte que encaixava e foi tirada
Dor suave e constante, como um ruído agudo 

que incomoda o ouvido lá no fundo

É profunda a dor de uma parte perdida
Perdida pro oceano, pra acima da linha do Equador
Que ainda que a tecnologia seja pretensiosa
Nao aprendeu a nadar por mar aberto

É dor de um dia
E de dois dias
E de mais de três noites
Dorzinha de dente mas que não é no dente
Dorzinha de casquinha de machucado arrancado à força

É profunda a dor da despedida
Do adeus à força como as mães que viam seus filhos ir para a guerra
Ou dos filhos separados das mães nos trens da morte

Essa dor tão doída de tão suave
Essa dor tão irritante de tão constante
Essa dor tão macabra de tão ingênua
Essa dor que só não mata
Porque é menor que a existência do amor


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segunda-feira, maio 20, 2013

confetes coloridos
quase todos amarelos
cor que menos gosto

não importa
nada importa na real
tenho o amarelo
pra lembrar
do brilho do seu olhar

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