quinta-feira, dezembro 31, 2009


Novos visitantes

Meu corpo está sendo habitado por seres estranhos
Fazem cócegas bem na altura do plexo solar
Dão um incômodo que fica entre o riso e o grunhido.

O estômago tem menos espaço para os comestíveis.
O suco gástrico sai mais intensamente
Na tentativa de combater esses bichinhos,
Porém, estes se reproduzem em grande escala.

Pausa.

São as borboletas.
Entraram como num suspiro
E teimam em não me deixar dormir.

terça-feira, dezembro 29, 2009



2010

É bom nos acostumarmos com o número 20,
Não deixaremos de vê-lo pelo resto de nossas vidas.
É dezena completa, idade de descobertas,
É milênio do questionamento sobre o tempo.

É melhor nos despedirmos do 09,
Já se esvai pelos mares achcolatados do Rio.
Iemanjá se aproxima, para levar o triplo do 03
E trazer o zero pra depois do número.

Estamos quase na linha de chegada,
Momento de transição, de transações, de transas, transes.
Momento do dez, da perfeição, dos ciclos completos.
Feliz Vinte Dez!


segunda-feira, dezembro 28, 2009




Dias e dias


Tem dias que sou mais artista,

Que a luz fluorescente não ofusca.

Esses são os dias que choro

Ouvindo aquela linda música de cada manhã.


Existem dias que meu corpo é insuficiente

Para tudo o que sinto e quero gritar.

Esses são os dias que sorrio

E deixo em mim a vontade de dançar.


Há dias que me entregaria de alma e corpo

Para uma fila de gente a abraçar.

Esses são os dias que respiro

E espero o tempo passar.


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Hoje não é foto minha e sim minha. Ou melhor, não seu eu a autora e sim a atriz. Foto de Daniel Mattar.

segunda-feira, dezembro 14, 2009


O começo do fim


É final de ano, de outro ano já. O tempo passou tão rápido, o tempo durou tanto, fiz tanta coisa nesse tempo. É fim de ano, fim de feira, fim de mim. Outro ano, novo ano, novos ares, novos sambas, novos bambas. É o direito que pisa na frente (na dúvida não arrisco). O esquerdo acompanha, o rebolado não acanha, os braços que esvoaçantes roçam nas coxas boas. É final de ano, de outro ano já. O tempo passou tão rápido, o tempo durou tanto, fiz tanta coisa nesse tempo. Mais números, mais linhas, mais páginas. Mais fotos, mais histórias, mais quilômetros. Menos cabelo, menos rigidez na pele. Mesma energia, novos sonhos, novos príncipes, mesmo sapatinho de cristal. É fim de ano, fim do filme, fim do ringue. Só não é fim da gente, do coração que bombeia, do amor que galanteia, o mesmo eu do início de tudo.


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Começa a sensação da proximidade de outro ano. O relógio corporal e mental já se prepara para fechamentos e aberturas. Reflexões, balanços, sonhos. Papai Noel, ainda posso escrever uma cartinha?