Eu adoro as metáforas. Não existe nada mais eficaz do que usar uma história metafórica quando se quer falar de algo que pode ser difícil de explicar, delicado ou perigoso. A metáfora, além de alimentar nossos lados criativos, faz com que cada um chegue à sua própria conclusão sem que a história ou o que quer que tenha apenas um lado, o de quem conta. Uso tantas metáforas ao longo dos meus dias que hoje vejo uma certa tendência à contadora de histórias (imagino que aqueles deste ofício tenham que desenvolver bastante essa característica de "metaforear" a vida). Então, se tudo der errado prefiro virar contadora de histórias do que hippie.
As metáforas que mais gosto são as destinadas a explicar questões emocionais e psicológicas, talvez as questões mais difíceis de serem explicadas pelos métodos tradicionais. Usar palavras e construções verbais corretas para falar sobre apego, distúrbios, obsessões, inveja, medo, dentre todas as loucuras que nós humanos somos capazes de criar em nossas mentes e vidas, é algo que parece no mínimo frio demais. Neste momento as pequenas metáforas surgem como uma solução geralmente mais acalorada para se falar disso. "Sinto que me criaram durante a vida como um bonsai, para que ficasse naquele ambiente para sempre daquele tamanho ou com crescimento limitado, como os bons e belos bonsais japoneses. Mas o que eu quero agora é sair do pequeno vaso, ter as raizes num grande pedaço de terra e crescer como uma árvore frondosa, grande, com belos frutos", uma metáfora usada por mim há poucos dias atrás. Não é uma forma muito mais poética de abordar o desejo pela própria liberdade?
É claro que nesse momento que lhes quero exemplificar outras metáforas estas não me vêem à mente. Mas isso não importa, porque certamente cada um tem as suas próprias e acho que as minhas são tão espontâneas, tão corriqueiras, e tantas que lembrar de algumas poucas parece tarefa impossível.
Vou agora sair para tomar um banho, como aquele das aves que mergulham no mar e logo estão prontas para um novo vôo. Um banho rápido e rasteiro.
Um comentário:
Gi, amei!!! Acho que também fui criada assim, mas sempre falei que era uma semente, eterno potencial, mas nunca virava árvore!
Postar um comentário