domingo, julho 20, 2008


Eu adoro as metáforas. Não existe nada mais eficaz do que usar uma história metafórica quando se quer falar de algo que pode ser difícil de explicar, delicado ou perigoso. A metáfora, além de alimentar nossos lados criativos, faz com que cada um chegue à sua própria conclusão sem que a história ou o que quer que tenha apenas um lado, o de quem conta. Uso tantas metáforas ao longo dos meus dias que hoje vejo uma certa tendência à contadora de histórias (imagino que aqueles deste ofício tenham que desenvolver bastante essa característica de "metaforear" a vida). Então, se tudo der errado prefiro virar contadora de histórias do que hippie.


As metáforas que mais gosto são as destinadas a explicar questões emocionais e psicológicas, talvez as questões mais difíceis de serem explicadas pelos métodos tradicionais. Usar palavras e construções verbais corretas para falar sobre apego, distúrbios, obsessões, inveja, medo, dentre todas as loucuras que nós humanos somos capazes de criar em nossas mentes e vidas, é algo que parece no mínimo frio demais. Neste momento as pequenas metáforas surgem como uma solução geralmente mais acalorada para se falar disso. "Sinto que me criaram durante a vida como um bonsai, para que ficasse naquele ambiente para sempre daquele tamanho ou com crescimento limitado, como os bons e belos bonsais japoneses. Mas o que eu quero agora é sair do pequeno vaso, ter as raizes num grande pedaço de terra e crescer como uma árvore frondosa, grande, com belos frutos", uma metáfora usada por mim há poucos dias atrás. Não é uma forma muito mais poética de abordar o desejo pela própria liberdade?


É claro que nesse momento que lhes quero exemplificar outras metáforas estas não me vêem à mente. Mas isso não importa, porque certamente cada um tem as suas próprias e acho que as minhas são tão espontâneas, tão corriqueiras, e tantas que lembrar de algumas poucas parece tarefa impossível.


Vou agora sair para tomar um banho, como aquele das aves que mergulham no mar e logo estão prontas para um novo vôo. Um banho rápido e rasteiro.


Um comentário:

Tonia Casarin disse...

Gi, amei!!! Acho que também fui criada assim, mas sempre falei que era uma semente, eterno potencial, mas nunca virava árvore!