domingo, junho 01, 2008


Ontem tive um dia de turista no Rio de Janeiro. Não é nada mal ser turista na própria cidade, aliás deveríamos fazer mais isso. Um dos meus sonhos é fazer o trajeto completo de um turista que vem passar o fim de semana no Rio, incluindo a noite num bom hotel com direito a café de manhã completo, claro. Mas o que fiz ontem foi apenas um dia de um turista no Rio; um turista talvez que já tivesse vindo uma vez e conhecido os pontos mais tradicionais da Cidade Maravilhosa.


Fui com minha amiga Mari ao Jardim Botânico e ao Instituto Moreira Salles. Estava um excelente dia nublado de outono. Nem frio nem calor, sem chuva. Ideal para risadas, fotografias diversas, conversas sobre tudo. A sensação de ir a esses lugares na cidade é a de estar aproveitando o que está no nosso nariz e muitas vezes não vamos (por vários motivos, até a famosa preguiça - inclusive um pecado merecedor de castigo!). Curtir o que o Rio de Janeiro tem a nos oferecer é deitar em cama macia e se aconchegar com o conhecido mas sempre surpreendente.


Há pouco tempo também estive no MAC, Museu de Arte Contemporânea, em Niterói. Um belo passeio entre amigas em um lugar romântico, belo e um pouco bucólico. Cenas do cotidiano diferentemente percebidas.


É estar aberto e atento ao que acontece ao nosso redor e parar de reclamar que estamos entedianos ou não aguentamos mais ir para certos lugares. A escolha é nossa. E quem estiver sem idéia, dá um pulo em uma agência de viagem e pede para o atendente montar um roteiro.


...


Abaixo, um texto apenas, escrito há alguns dias que, de certa forma, tem a ver com o último post:


...


Homem com agá maiúsculo

Deixam de falar com a moça sentada na mesma mesa
Para comer as unhas pelos (outros) homens correndo na tevê.
Usam os brinquedos eletrônicos no teatro
Ao invés de acariciarem a mão da amada ao seu lado.
Postam-se no sofá com jornal, revista, computador e quiçá uma cerveja
Enquanto a mulher aguarda para estrear a nova lingerie.

São estes os mesmos homens que romantizam a vida
Quando se deparam com a paixão avassaladora,
Com uma bela que lhes tira do eixo central, racional de costume.

São esses os mesmos machos que contam vantagens para os amigos
Quando se dão conta da tamanha insegurança que os assola
Vinculado ao último olhar não correspondido.

Os mesmos homens, não tão machos como a tradição (os) amedronta,
Que muitas vezes gostariam simplesmente
De ser o que primeiro lhes surge à mente e ao coração
Que sofre sem permissão e se cala,
Sob o medo da desaprovação.

22/05/08

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