quarta-feira, junho 04, 2008


Hoje não consegui definir exatamente a respeito de que gostaria de escrever. Foi um dia longo, de muitas experiências externas, um pouco diferente do comum e de muitos pensamentos, consequentemente (para mim é assim que funciona, como uma fórmula: viveu, pensou - claro que não digo daquela forma intelectualóide e chata que nem eu mesma suportaria, mas o pensamento de forma a conscientizar a vivência). É como se eu a cada dia alguns minutos reservados para pensar a respeito do que aconteceu naquela folha do calendário, naquele "xis" que fazemos, na página virada. Para mim é questão de sobrevivência, e para os que não se importam para isso sugiro que experimentem. É bastante interessante saber o que se passa na própria vida e vislumbrar os melhores caminhos e o que eles significam.


Devaneios a parte, vamos ao relatório do dia de hoje.


Acordei como pouco de costume antes das 7h da manhã pois tinha uma longa jornada que começaria por uma tarefa pouco agradável mas necessária (mais uma dessas coisas da vida que acontecem e que se pudéssemos pagar para alguém fazer faríamos): levar o carro na revisão. Como uma boa mulher que se preze e, principalmente, que valoriza muito mais outros assuntos do que a joaninha que fica na garagem, deixei chegar ao limite final da quilometragem para levar o dito cujo ao seu hospital. De hoje não poderia passar e, infelizmente, não tive nenhum candidato para fazer isso (às vezes alguns homens se oferecem para tal mas não foi o caso). Chegando lá e praticamente levando uma bronca do atendente (pois por menos de 100 quilômetros eu não poderia fazer - !) peguei um táxi em direção ao trabalho diário. Esse sim, mais de costume do que o acordar antes das 7h (até demais no momento).


No táxi fui lendo um livro e percebi que existe sim uma forma de estar no trânsito sem estar cansada, estressada ou falando no celular com medo do guarda: ir de táxi. Pena que custa tão caro e que você nunca sabe o que lhe aguarda (motorista, música, cheiro, calor/frio etc) e se lhe aguarda - porque na volta do trabalho tive que cojer outro e quase pedi carona de tanto esperar. Sabe, o que acho mais curioso dos táxis é a escolha musical. Faço quase que uma pesquisa antropólógica: o motorista poe a música pra ele ou para o passageiro? é música ou notícias sobre o trânsito (pois é, existem rádios que só, apenas, falam de trânsito - consegue imaginar o que é ficar mais de 30min num carro ouvindo onde está engarrafado e onde está livre? e o dia inteiro? realmente não sei como conseguem, mas talvez nem eles estejam ouvindo muito aquilo, é pano de fundo)? volume alto ou baixo? ele percebe quando você atende ao telefone para abaixar o som ou ele simplesmente esquece que tem alguém e, ao contrário, começa a falar no celular? Bom, essas e outras são curiosidades que me passam pela mente no carro amarelo. É, vejam bem, ao menos tenho um passatempo.


No trabalho o dia correu bem não fosse uma inquietação crescente que me toma o corpo, mente e coração a cada hora que passa. 48 horas é o que falta para o até logo, para deixar o filho criado (desde o nascimento, literalmente). Despedir-se é um treinamento de desapego tão profundo que, apesar de já experimentado por mim algumas vezes, é sempre um exercício não suficientemente treinado. Já consigo ter a sensação do que sentirei em breve com a distância mas acho que esse tipo de sentimento nunca se sabe até vivenciar. É o tipo de teoria que mesmo lida em diversos livros ou pensada (até pela minha mente hiperativa) nunca funcionará sem viver.


Como dito, depois de quase desistir do táxi da volta, cheguei em casa e fui fazer a minha Yoga - momento de interiorização do dia, de consciência corporal, de alongamento das idéias. E, depois, creiam ou não, assisti à semi-final que passava na televisão. Não só assisti como me emocionei. Com os gritos da trocida, os abraços acalorados, as bandeiras balançando e o quase-morrer-de-tanto-gritar do locutor. E a minha conclusão foi: somos todos brasileiros e por mais que não façamos questão (eu, ao menos), o futebol nos emociona sempre. Admito! ;)


Beijos a todos e uma ótima noite!


Sugestão: leiam "A menina que roubava livros" - um romance sobre um a menina que é adotada na época da segunda guerra e "é salva" pelos livros; detalhe: a narração é feita pela Morte - informação que achei bem importante.

Um comentário:

Carolina disse...

Gi, será que quando a gente crescer teremos tempo para elaborar e trabalhar pensamentos assim? :)

Uma delícia saber sobre o seu dia e pensamentos taxianos!