a menina comprou uma flor na feira. o feirante, para embrulhar a flor, colocou outras flores menores (aquelas bem pequenininhas, que ninguém percebe quando num arranjo) e umas plantas verdes. durante alguns quartos de hora a menina só conseguia admirar aquelas florzinhas brancas pequenas que compunham o arranjo. que delicadeza, que poesia, que feminilidade exalava aquela pequenina. e olhando pra essa flor lembrou da noite anterior, da delicadeza da água do mar, das ondas como uma dança junto à pele fria. tocando a flor sentia que era demasiadamente frágil. tocando a flor sentia os olhos com água, assim como aquela em que se banhou ontem. assim como aquela em que se banharam ontem. eram dois.

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